5 conselhos de ‘Como ser homem’ que me daria 10 anos atrás
Resolvi escrever sobre isso porque eu gostaria de ter ouvido esses conselhos a 10 anos atrás. Nós homens quando estamos naquela período complicado entre a adolescência e a vida adulta, por volta dos 18 anos, acabamos por nos influenciar pelos outros jovens ao nosso redor e principalmente pelos conselhos de homens mais velhos, como nossos pais, tios e avós.
Acho válido tratar sobre esse assunto, pois os tempos mudaram e as percepções que temos de masculinidade não mais tem a ver com aquela ideia de que homem tem que ser machão. Isso definitivamente é coisa do passado. Se continuarmos a proliferar esses pensamentos de nossos pais e avós, vamos continuar colocando as mulheres abaixo dos homens e tratando-as como objetos, sedimentando um sexismo idiota fundado num machismo cada vez mais obsoleto e primitivo.
Não há nada de errado em fazer coisas tradicionalmente “masculinas”. Não se sinta constrangido se você quiser assistir ao futebol no domingo, ou treinar jiu-jitsu, deixar um bigode ou comprar uma caminhonete, faça sem peso na consciência. Não há nada de errado com a masculinidade. O problema começa quando essa masculinidade é usada como medidor visando principalmente excluir pessoas, sejam elas mulheres ou até outros homens.
Vocês ainda poderão ouvir seus amigos e pais, mas eu quero oferecer um outro ponto de vista, que eu segui muito durante meu processo de amadurecimento. Falo muito aqui pelas minhas próprias experiências, portanto, não significa uma verdade absoluta, é só algo para vocês pensarem. Alguns pontos que considero importantes e que eu gostaria que tivessem me dito antes:
1# Não se preocupe com a sua experiência sexual (ou ausência dela)
Transar com uma, duas ou mil garotas não vai te fazer mais ou menos homem. Cada vez mais pressionados, os meninos se veem obrigados a começar sua vida sexual cada vez mais cedo, perdendo a fase mais legal da vida, a infância, que é quando deveriam brincar, jogar videogame e se preocupar com coisas muito menos importantes. Outra coisa, esqueça a palavra “virgem”, essa palavra não passa de um rótulo do que você é. E no fim, não passa de uma palavra de julgamento obsoleto e religioso. Vamos deixar isso para trás.
2# Nunca se preocupe em ser legal com todo mundo e o tempo todo
Não se “encaixar” no grupo da escola não é uma coisa ruim. Mesmo com nossos 18 anos, não sabemos quem somos ou o que queremos. Somente começamos a ter uma ideia do que queremos nos nossos vinte e tantos anos ou trinta e poucos anos (estou chegando lá). Portanto, não se preocupe em ser o cara legal da turma.
3# Trate as mulheres como pessoas e não como ‘alvos’
Em algum momento você irá encontrar o “caminho da sedução”. Cuidado! Se você começar a se referir às mulheres como “alvos”, como seu pai ou seus amigos insistem em falar, você irá cruzar a linha da imbecilidade. Pense sempre que as mulheres são iguais a você. Você não aprende a abordar as mulheres, você aprende a falar com as pessoas. Esses babacas que olham as mulheres como “alvos” são ou foram jovens que nunca aprenderam a falar com outras pessoas.
4# Não existem “vagabundas”
Ninguém é uma vadia. O número de parceiros sexuais que uma pessoa já tenha se relacionado não é da sua conta e não indica, por si só, absolutamente nada sobre o caráter dela (seja ela homem ou mulher). Se você quer saber realmente que tipo de pessoa é alguém, fale diretamente com ela, sem julgamentos e preconceitos.
5# Não seja um brucutu machista
Não seja um brucutu, desagradável para outras pessoas, principalmente para as mulheres e para seus filhos (no futuro). Algumas expectativas serão colocados em você para ser um macho, ser duro e impassível, rir de algumas piadas escrotas. Não ceda! Neste momento, muitos dos seus amigos serão obstáculos para você, pois a maioria não trata desses assuntos porque tem muito medo de dizer algo que vai desqualificá-los como um homem.
Ao longo de sua vida você vai encontrar atitudes sexistas, mesmo a partir das pessoas mais queridas. Muito virá na forma do que você deve fazer, pensar ou dizer, a fim de “ser homem”, mas não ceda a essa pressão, seja um vetor de mudança, pois essa velha forma de pensar não tem mais espaço nos dias de hoje.
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