quinta-feira, 19 de julho de 2018

A ciência dos afrodisíacos





Todo mundo conhece ou já ouviu alguém falar de uma planta, comida ou receita afrodisíaca (excitante dos apetites sexuais). Mas existe pouca comprovação científica sobre o que realmente funciona. Pensando nisso, o botânico Gil Felippe, professor aposentado da Unicamp, analisou 400 espécies de plantas consideradas afrodisíacas para mostrar o que é lenda, crença popular ou foi realmente comprovado pela ciência. O resultado foi publicado no livro "No Rastro de Afrodite - Plantas afrodisíacas e culinária" , que também traz informações sobre as origens das plantas, utilidades, mitos que as cercam e uma receita culinária para cada espécie comestível.

Verdades...
Substâncias que a ciência reconhece como afrodisíacas
Guaraná
As sementes são chamadas de "frutos da juventude". Uma pesquisa da Unicamp, em coelhos, mostrou que a planta tem efeito afrodisíaco.
Catuaba
(TRICHILIA CATIGUA)

A catuaba vendida no comércio é afrodisíaca e estimulante. É preparada com os ramos, a casca da raiz e as folhas. Além de aumentar a libido, a planta estimula o sistema nervoso central, é usada contra insônia, nervosismo e melhora a memória. Seus efeitos são a longo prazo, os primeiros sinais são os sonhos eróticos e depois um grande aumento no desejo sexual. Pode ser usada para aumentar a libido em homens e mulheres. Uma pesquisa da Unicamp, em coelhos, comprovou os efeitos.
Papoula
(PAPAVER SOMNIFERUM SSP SOMNIFERUM)

O ópio e a papoula já eram usados como medicina desde 2.500 a.C. Na Índia era preparado um pó com ópio, dado a pessoas que sofriam de ejaculação precoce ou que queriam aumentar o prazer. O afrodisíaco é mais efetivo quando comido e é sempre ingerido junto com outras substâncias, o que aumenta sua eficácia e evita efeitos colaterais, como prisão de ventre. A injeção de papaverina (substância extraída da planta) na base do pênis impotente produz uma ereção que dura várias horas. Sementes de papoula, desta espécie, mas que não produzem ópio, são usadas para culinária, como na confecção de bolos e pães.
Gengibre
Pode ser tomado como infusão. Suas propriedades afrodisíaca e estimulante são conhecidas há mais de 20 séculos. O óleo de gengibre também é usado para massagear o abdome, o que causa calor ao corpo e excita os órgãos sexuais. Sua flor exala um perfume que provoca a mesma sensação. É considerado afrodisíaco na medicina chinesa tradicional e, como melhora a circulação sanguínea, é usado contra disfunção erétil. Uma pesquisa da Unicamp, em coelhos, comprovou os efeitos.
Marapuama
A marapuama (nome da planta e da substância dela extraída) aumenta o desejo sexual e mantém os níveis de testosterona. No Instituto de Sexologia de Paris, a planta foi dada a 2 mil pacientes por dez dias e houve uma melhora significativa da libido em 60% desses pacientes. Os cientistas começaram a procurar os princípios ativos da raiz na década de 1920 e encontraram o novo alcalóide, que denominaram marapuama. Os estudos continuaram até a década de 1980 e foi constatado que a raiz contém 0,05% de marapuama. Até hoje, no mundo todo, esta espécie continua sendo usada como afrodisíaca e para desordens do sistema nervoso central. A marapuama é considerada o mais eficaz tratamento terapêutico natural para disfunções da ereção e da falta de desejo nas mulheres. Uma pesquisa da Unicamp, em coelhos, comprovou seus efeitos.
...e mentiras
Substâncias consideradas afrodisíacas popularmente, mas sem comprovação científica
Ginkgo 
É um poderoso antioxidante, combate os radicais livres e é usado para tratamento de zumbido do ouvido. Entretanto, em pesquisa recente realizada na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, foi mostrado que o extrato de ginkgo não teve qualquer efeito em relação ao zumbido. No Japão, as sementes verdes são tostadas e consideradas afrodisíacas para homens, pois melhoram a circulação.
Alho
O alho é usado contra obstrução dos vasos, portanto melhorando o fluxo do sangue. Por esse motivo, é considerado afrodisísiaco popularmente (melhoraria o fluxo de sangue para causar a ereção).
Romã
A fruta sempre foi considerada um afrodisíaco muito potente na Antiguidade, na Idade Média e no começo da Idade Moderna. Nos tempos antigos a flor carnosa da romã era o símbolo da vagina. O fruto era usado para o preparo de vinho, que tinha um efeito estimulante. Quando as sementes são fermentadas obtém-se a grenadina, um licor que também é considerado afrodisíaco popularmente.
Grão-de-bico
O grão-de-bico é considerado um afrodisíaco poderoso, especialmente para os homens e animais machos. Os romanos conheciam este efeito e alimentavam seus cavalos com grão-de-bico.
Castanha
As flores da fruta é que são consideradas afrodisíacas.

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